Guardai-vos
dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em
ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Mateus 7:15.
Jesus mandou tomarmos cuidado com os
falsos profetas, porém o que vemos em nossos dias é que
muitos falsos profetas têm se levantado, e assolado a igreja de
Cristo. Nós podemos ter certeza disso pelo grande número
de divisões que a igreja vem sofrendo. Esse é um dos maus
frutos pelo qual podemos conhecer os lobos devoradores, por qualquer
motivo a igreja se divide. Porém a divisão não
é o desejo de Deus para a igreja, mas justamente o contrário.
Paulo também adverte sobre esses lobos devoradores.
Cuidai pois de vós mesmos e de todo o rebanho sobre
o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes
a igreja de Deus, que ele adquiriu com seu próprio sangue.
Eu sei que depois da minha partida entrarão no meio de vós
lobos cruéis que não pouparão rebanho, e que dentre
vós mesmos se levantarão homens, falando coisas perversas
para atrair os discípulos após si. Atos 20:28-30
Perceba que Paulo ratifica a mensagem de Jesus e acrescenta que além
de termos de cuidar de nós mesmos, esses lobos também
já estão no nosso meio. Então vejamos como os lobos
devoradores agem.
Primeiro passo - A estratégia
de Absalão.
Os falsos profetas, os “lobos
devoradores” se disfarçam de ovelhas, se dizem amigas e
santas, porém essa é só uma estratégia maligna
para ganhar a confiança, veja o exemplo de Absalão, filho
rebelde de Davi.
Dizia mais Absalão: Ah, quem me dera ser constituído
juiz na terra! para que viesse ter comigo todo homem que tivesse demanda
ou questão, e eu lhe faria justiça.
Sucedia também que, quando alguém se chegava a ele para
lhe fazer reverência, ele estendia a mão e, pegando nele
o beijava.
Assim fazia Absalão a todo o Israel que vinha ao rei para juízo;
desse modo Absalão furtava o coração dos homens
de Israel. II Samuel 15:4-6
Absalão queria tomar o reino de seu pai Davi, para isso ele resolve
interceptar as pessoas que iam ao rei dizendo que o rei não poderia
atendê-las, sugerindo que se ele fosse o rei/juiz a coisa seria
diferente. Perceba que essa estratégia é usada até
hoje, até no meio político: “se eu estiver no governo
as coisas melhoram”, todos dizem isso. Essa é a primeira
tentativa dos falsos profetas eles conquistam o coração
das ovelhas através de engodos de bondade. E o afeto gerado no
coração da ovelha cega o entendimento, veja o que um filósofo
diz a respeito.
A compreensão humana não
é um exame desinteressado, mas recebe infusões da vontade
e dos afetos; disso se originam ciências que podem ser chamadas
“ciências conforme a nossa vontade”. Pois um homem
acredita mais facilmente no que gostaria que fosse verdade. Assim, ele
rejeita:
- Coisas difíceis pela impaciência de pesquisar;
- Coisas sensatas, porque diminuem a esperança;
- As coisas mais profundas da natureza, por superstição;
- A luz da experiência, por arrogância e orgulho;
- Coisas que não são comumente aceitas, por deferência
à opinião do povo.
Em suma, inúmeras são as maneiras, e às vezes imperceptíveis,
pelas quais os afetos colorem e contaminam o entendimento.
Francis Bacon.
Foi isso que aconteceu com o povo de
Israel e acontece com as igrejas hoje, o povo dá ouvido a enganos
de “lobos” e depois não atentam para a Palavra, por
amor ao lobo devorador.
Segundo passo - Criar confusão.
E
tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como
também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo
a sabedoria que lhe foi dada;como faz também em todas as suas
epístolas, nelas falando acerca destas coisas, mas quais há
pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem,
como o fazem também com as outras Escrituras, para sua própria
perdição.
Vós, portanto, amados, sabendo isto de antemão, guardai-vos
de que pelo engano dos homens perversos sejais juntamente arrebatados,
e descaiais da vossa firmeza; antes crescei na graça e no conhecimento
de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja dada a glória,
assim agora, como até o dia da eternidade. II Pedro 3:15-18
O apóstolo Pedro nos versículos
acima esta falando do segundo passo desses “lobos”, torcer
a Bíblia ou buscar doutrinas contrarias a crida pela igreja que
ele quer devorar. Pedro coloca esses “lobos” em duas categorias:
- Os indoutos –
São os ignorantes, eles não sabem, ou sabem pouco da Bíblia,
porém acreditam que sabem e que estão com a verdade, popularmente
nós chamamos essas pessoas de “cabeça dura”.
Com esses tipos de pessoa, as vezes não adianta nem argumentar,
eles se apegam a sua crença como se fosse a “tabua de salvação”.
Com essas pessoas vale ressaltar que a Bíblia diz que a letra
mata. (II Corintios 3:6). Porém a burrice
mata ainda mais.
- Os inconstantes –
São as pessoas de má fé realmente, elas torcem
as Escrituras de acordo com a sua vontade, se elas acham certo alguma
coisa, enganam para que acreditem naquilo e desacreditem em outras coisas.
O meu povo está sendo destruído, porque lhe
falta o conhecimento. Porquanto rejeitaste o conhecimento, também
eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim;
visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei
de teus filhos. Oséias 4:6
Infelizmente muitos indoutos, preguiçosos e ignorantes pregam
que a “letra mata”, que não devemos ser sábios,
para sermos como crianças que acreditam em tudo. A Bíblia
nunca disse isso, muito pelo contrário, veja o exemplo do versículo
acima de Oséias, esses pregadores/sacerdotes devem inclusive
serem descartados, pois estão pregando uma heresia sem tamanho
no nosso meio, e prejudicando o rebanho de Deus. É para ser criança
na inocência e adulto no entendimento, e esses ignorantes pregam
quase que o contrario.
Terceiro passo – Rebelião
de Core
E ajuntando-se contra Moisés
e contra Arão, disseram-lhes: Demais é o que vos arrogais
a vós, visto que toda a congregação é santa,
todos eles são santos, e o Senhor está no meio deles;
por que, pois, vos elevais sobre a assembléia do Senhor? Números
16:3 leia o capitulo todo para entender melhor esta rebelião.
Desculpe os irmãos que estão em igrejas que romperam com
suas matrizes, mas a divisão não é de Deus! Digo
mais, se o crente não está satisfeito com sua igreja pode
até ir para outra que pregue Cristo verdadeiramente, isso não
é pecado, porém o levar membros consigo é sedição
e rebeldia, a principal característica dos “lobos”,
veja o exemplo de Core que se dizia santo, tanto quanto Moises, esquecendo-se
que é Deus quem escolhe e não o crente que se impõe
ao serviço.
É nessa hora que o “lobo” lança seu ataque.
Ele se coloca como “santo”, “enviado de Deus”
e em pé de igualdade com as autoridades superiores a ele, colocando
assim as ovelhas, que já tem amizade com o “lobo”
e a igreja que está confusa com as confusões por ele colocadas
“em cheque”. Venham comigo para outro pasto! Diz o “lobo”.
Notem, porém, que qualquer confusão colocada no meio da
igreja não é motivo para se ir com este “lobo”
e fundar outra igreja, pois a multiforme graça de
Deus I Pedro 4:10. nós
da oportunidade de não sermos rebeldes, bastando para isso ir
a outro local onde você se sinta melhor e não incorrer
no pecado de Core. Veja:
Se na sua igreja não prega os dons espirituais ou prega e você
não concorda – vá para outra que pregue os dons
ou não pregue, você não perderá a salvação
por ter ou não os dons, porém a sedição
é um pecado grave e estar junto dos “lobos” é
perigosíssimo. Você pode morrer na fé.
Na hora de decidir entre um e outro, não escolha nenhum dos dois,
opte por examinar a Palavra e você verá que: Não
abandonando a nossa congregação, como é costume
de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto
vedes que se vai aproximando aquele dia. Hebreus 10:25,
Isso mesmo, em caso de duvida fique aonde está, espere. E lembre-se
confie na Palavra e não em profecias, visões ou ensinos,
afinal eles, os “lobos” são falsos profetas e nesse
caso, infelizmente as profecias devem ser muito questionadas.
Os frutos pecos e apodrecidos.
Portanto, pelos seus frutos
os conhecereis.
Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus,
mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos
nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios?
e em teu nome não fizemos muitos milagres?
Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de
mim, vós que praticais a iniquidade. Mateus 7: 20-23
Perceba que estes versículos
acima e apenas a continuação da advertência de Jesus
quanto aos falsos profetas, que são lobos devoradores, perceba
também que a evidência de ser falso profeta ou até
mesmo a evidencia de um crente verdadeiro são
os frutos. Vale ressaltar, evidencias
são os frutos, não é o poder, não
são os dons (espirituais ou naturais). A
evidencia é o fruto.
Esta fala de Jesus e tremenda e terrível, pois ele deixa claro
que alguém, ou até mesmo uma igreja pode estar cheia de
maravilhas, milagres e etc. e não ser conhecida de Cristo, e
não venha pensar que a pessoa estava na graça e depois
saiu, por que Cristo e taxativo Nunca
vos conheci. E pelo que eu saiba nunca é
jamais.
Então olhe nas ações dos lideres, aonde elas vão
dar ou deram, veja um exemplo.
- Existe rebeldia contra as lideranças que lhes são superiores,
não aceitar autoridade superior é rebeldia. O diabo é
rebelde o crente é submisso. Contudo, semelhantemente
também estes falsos mestres, sonhando, contaminam a sua carne,
rejeitam toda autoridade e blasfemam das dignidades. Judas 1:8
E lembre-se: milagres, profecias, dons espirituais (línguas estranhas,
revelações, etc), prodígios, nada disso serve para
julgar um crente, o que julga é o fruto.
O fruto do espírito você já conhece. Gálatas
5:22-23.
Conclusão
Os “lobos”, falsos profetas
estão no nosso meio, sendo usados pelo diabo para fazer com que
os crentes não cresçam na fé e até sejam
destruídos, pois afinal a responsabilidade é pessoal,
e se você quer realmente agradar a Deus deve buscá-lo na
Palavra e não dar ouvidos a pessoas que podem enganar, simplesmente
por ter uma boa oratória, uma palavra eloqüente. Examine
tudo na Palavra faça como os homens da cidade de Beréia
que verificaram tudo o que Paulo falou. Ora, estes eram mais nobres
do que os de Tessalônica, porque receberam a palavra com toda
avidez, examinando diariamente as Escrituras para ver se estas coisas
eram assim. De sorte que muitos deles creram, bem como bom número
de mulheres gregas de alta posição e não poucos
homens. Atos 17:11-12.
Claro que você estuda e lê a Bíblia diariamente para
verificar a verdade. E agora ainda mais, contudo vou colocar abaixo,
uma pequena lista de coisas que devemos considerar quando ouvimos alguém
falar, note que isso vale para todo na vida, tanto para nossa fé,
como para política, negócios, namoro etc. Leia e releia
com calma. Deus te abençoe.
Segue abaixo um anexo para ajudar
em algumas comparações e evitar ser enganado.
Lista para detectar e reconhecer as
falácias mais comuns e mais perigosas da lógica e da retórica.
• Ad hominem –
expressão latina que significa “ao homem”, é
quando atacamos o argumentador e não o argumento (por exemplo:
Fulano é tradicional, não tem os dons do Espírito,
por isso não precisamos levar a sério suas considerações
sobre os dons);
• Argumento de autoridade
(por exemplo: O presidente Richard Nixon deve ser reeleito porque ele
tem um plano secreto para pôr fim à guerra no Sudeste da
Ásia (Vietnã) – mas, como era secreto, o eleitorado
não tinha meios de avaliar os méritos do plano; o argumento
se reduzia a confiar em Nixon porque ele era o presidente: um erro,
como se veio a saber);
• Mensagem que não podem
ser confirmadas, nem refutadas (por exemplo, e alguém
diz que um anjo veio a ele do Céu e lhe deu uma mensagem, ou
a pessoa recebeu uma profecia, ou ainda um mistério de Deus,
tais coisas não podem ser confirmadas por que são espirituais,
nem desmentidas pelo mesmo motivo, fica então na máxima
“acredite se quiser!”, esse é o mesmo principio da
vida após a morte, ninguém voltou do além para
conversar com os vivos, não há provas consubstancias disso,
porém os espíritas e outras religiões crêem
nisso de forma cabal. “Acredite se quiser”, porém
a Bíblia diz que isso é impossível.).
• Argumento das conseqüências
adversas (por exemplo: Deve existir um Deus que confere
castigo e recompensa, porque, se não existisse, a sociedade seria
muito mais desordenada e perigosa talvez até ingovernável
ou, sua vida esta assim porque você não busca a Deus e
é infiel, esta é a argumentação doa amigos
de Jó);
• Apelo à ignorância
– a afirmação de que qualquer coisa
que não provou ser falsa deve ser verdade, e vice-versa (por
exemplo: Jesus não nos mandou construir templos, nem colocar
nomes em igreja, logo não devemos construir templos e deixar
as igrejas sem nome. Nota. Esta doutrina existe). Essa impaciência
com a ambiguidade pode ser criticada pela expressão: a ausência
de evidência não é evidência da ausência;
• Alegação especial,
frequentemente para salvar uma proposição em profunda
dificuldade teórica (por exemplo: Como um Deus misericordioso
pode condenar as gerações futuras a um tormento interminável,
só porque, contra as suas ordens, uma mulher induziu um homem
a comer uma maçã? Alegação especial: Você
não compreende a doutrina sutil do livre-arbítrio. Ou
quando se faz alguma coisa que não se sabe o porquê, alega-se
que Deus é “mistério”);
• Petição de princípio,
também chamada de supor a resposta (por exemplo: Quando buscamos
os dons o joio sai da igreja. Mas o joio realmente sai realmente? )
• Seleção das observações,
também chamada de enumeração das circunstâncias
favoráveis, ou, contar os acertos e esquecer os fracassos (por
exemplo: Nós temos aqui tantas pessoas que mudaram a sua vida,
mas se cala sobre as outras tantas que foram destruídas e estão
machucadas neste meio);
• Non sequitur –
expressão latina que significa “não se segue”
(por exemplo: Nós venceremos porque Deus é conosco. Mas
quase todos as nações querem que isso seja verdade; a
formulação alemã era “Gott mit uns”
tradução “Deus Conosco”). Com frequência,
os que caem na falácia non sequitur deixaram simplesmente de
reconhecer as possibilidades alternativas;
• Post hoc, ergo propter hoc
– expressão latina que significa “aconteceu após
um fato, logo foi por ele causado” (por exemplo, Antes de as mulheres
terem o direito de votar, não havia armas nucleares);
• Pergunta sem sentido
(por exemplo: O que acontece quando uma força irresistível
encontra um objeto imóvel? Mas se existe uma força irresistível,
não pode haver objetos imóveis, e vice-versa);
• Confusão de correlação
e causa (por exemplo: Os estudiosos e universitários
tem se desviado muito da fé; portanto, a educação
leva a pessoa a apostasia.)
• Evidência suprimida, ou
meia verdade (por exemplo: Uma “profecia”
espantosamente exata e muito citada do atentado contra o presidente
Reagan é apresentada na televisão; mas – detalhe
importante – foi gravada antes ou depois do evento? );
• Palavras equívocas
(por exemplo, A Bíblia diz que há um só mediador,
Cristo I Timóteo 2:5, porém dizem alguns que pode haver
uma mediadora também. Os eufemismos entram nesta categoria também;
omitir, e não dizer a verdade completa. Uma arte importante dos
enganadores é encontrar novos nomes para instituições
que com seus nomes antigos se tornaram odiosas e comuns para o público).