E
é por Cristo que temos tal confiança em Deus; não
que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como
de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus, o qual também
nos capacitou para sermos ministros dum novo pacto, não da
letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito
vivifica. II Coríntios 3: 4 – 6
Já há muito
tempo, em nosso meio evangélico, foram disseminadas as ideias
de que “a letra mata” e os estudiosos, juntamente com
os sábios da época de Jesus foram contra Ele, consoante
a isso vêm as noções de que os estudiosos da Bíblia
perdem a fé, se tornam fariseus, doutores da lei sem vida espiritual,
seguindo só as frias regras e dogmas religiosos.
Porém isso nunca foi verdade, e é sim, uma estratégia
do inimigo para deixar o crente fraco, bem como estratégia
dos mercadores da fé, falsos profetas, que não querem
que o crente estude, para assim escravizar, aproveitando-se de sua
ignorância bíblica.
Então, aqui vamos entender melhor alguns conceitos para tirar
as duvidas e valorizar o estudo da Palavra de Deus.
Quem
eram os inimigos de Jesus?
Na
cadeira de Moisés se assentam os escribas e fariseus.
Portanto, tudo o que vos disserem, isso fazei e observai; mas não
façais conforme as suas obras; porque dizem e não praticam.
Mateus 23: 2-3
Os fariseus, saduceus
e herodianos era partidos religiosos cujas características
básicas de cada um eram as seguintes:
Fariseus
– Os zeladores da lei; eram uma policia religiosa e criam na
ressurreição.
Mas, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus que
vinham ao seu batismo, disse-lhes: Raça de víboras,
quem vos ensinou a fugir da ira vindoura? Mateus 3:7
Saduceus
– Eram geralmente ricos, elite financeira do período
e não criam na ressurreição dos mortos.
Então chegaram a ele os fariseus e os saduceus
e, para o experimentarem, pediram-lhe que lhes mostrasse algum sinal
do céu. Mateus 16:1
Herodianos
– Eram os judeus partidários de Herodes (Roma).
Enviaram-lhe então alguns dos fariseus e dos herodianos,
para que o apanhassem em alguma palavra. Marcos 12:13
Notem que os fariseus
eram um grupo contrario aos outros dois, pois criam na ressurreição
é eram contrario a Roma. Mas os vemos se unindo aos demais
para se contraporem a Jesus.
Escribas
– Eram os responsáveis por transcreverem a Palavra de
Deus, interpretá-la e ensiná-la. Lembre-se que naquela
época não existia imprensa, assim todas as Escrituras
eram transcritas a mão. Desta forma os escribas eram as maiores
autoridades na interpretação e conhecimento das Sagradas
Escrituras, os Doutores e Interpretes da Lei, por isso os fariseus
sempre buscavam os escriba quando queriam questionar Jesus referente
a conhecimentos bíblicos.
Os escribas sempre existiram em Israel. Destacamos aqui Esdras, que
era um escriba e se notabilizou junto com Neemias no regresso dos
hebreus do cativeiro babilônico.
Ao concluir Jesus este discurso, as multidões se
maravilhavam da sua doutrina; porque as ensinava como tendo autoridade,
e não como os escribas. Mateus 7: 28-29
Policia
religiosa. Neemias o primeiro fariseu.
Protestei,
pois, contra eles, dizendo-lhes: Por que passais a noite defronte
do muro? Se outra vez o fizerdes, hei de lançar mão
em vós. Daquele tempo em diante não vieram no sábado.
Contendi com eles, e os amaldiçoei; espanquei alguns deles
e, arrancando-lhes os cabelos, os fiz jurar por Deus, e lhes disse:
Não darei vossas filhas a seus filhos, e não tomareis
suas filhas para vossos filhos, nem para vós mesmos. Neemias
13: 21 e 25
Nos tempos de Neemias o povo de Israel estava voltando da Babilônia
e havia uma tentativa de mistura da fé com os pagãos
na região, então surgiu a necessidade deste policiamento
religioso, questão de por ordem na casa. Imagine se em nossas
igrejas não houvesse critérios algum, acabaria aparecendo
no culto pessoas até com trajes de banho, para assim que acabasse
o culto irem para a praia.
Então aconteceu que Neemias com este zelo ardoroso e violento
manteve as praticas religiosas em Israel, por questões de sobrevivência,
porém esta pratica violenta continuou até nos tempos
de Jesus.
Assim surgiu este partido religioso e político dos fariseus,
cuja principal função era manter a pratica das ordenanças,
leis e costumes do povo. Deve-se muito aos fariseus o mérito
de manter uma nação monoteísta, em um mundo totalmente
politeísta. São duas faces da mesma moeda. De um lado
mantinha o povo unido em Deus, do outro lado intimidava, era violenta
e temida.
Nota:
Quanto ao fato de Neemias ser o primeiro fariseu ou ter dado inicio
ao partido, isso é apenas suposição de nossa
parte, sem fundamento algum histórico. Colocamos essa comparação
para sermos mais didáticos.
Na
cadeira de Moisés se assentam os escribas e fariseus. Mateus
23: 2
Quando Jesus diz que os
fariseus e escribas estão sentados na cadeira de Moises, Ele
diz que esses escribas e fariseus eram os sacerdotes. Percebam que
saduceus e herodianos não, pois logicamente esses outros grupos
estavam mais interessados em dinheiro e prestigio com Roma, tendo
assim muita inimizade com os fariseus.
O fato principal aqui é entendermos que os inimigos de Jesus
eram os sacerdotes, comparando hoje, seriam os pastores, bispos, diáconos,
etc. Sei que a comparação não é boa, mas
é a verdade e ainda assim é melhor do que culpar os
estudiosos da Bíblia, que é a Palavra de Deus.
Perceba também que esses sacerdotes eram simplesmente contra
a verdade que Jesus pregava, ou seja, eles não queriam que
o povo entendesse as Escrituras, para não serem libertos, assim
perdendo suas fontes de exploração e lucro.
E
disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada
casa de oração; vós, porém, a fazeis covil
de salteadores. Mateus 21: 13
Mais uma vez notem no versículo
acima, por que Jesus tachou a casa que deveria ser de Deus como casa
de ladrões e não casa de comerciantes?
Simples, Por que os sacerdotes tinham feito um comercio de produtos
religiosos, animais para holocaustos, incenso, etc. e segundo relatos
históricos o dono desse comercio era Anás.
E
conduziram-no primeiramente a Anás; pois era sogro de Caifás,
sumo sacerdote naquele ano. João 18:13
Então da para perceber
o conchavo entre Anás e Caifás. Imaginem um fiel vinha
com sua oferta de longe, quando apresentava ao sacerdote (Caifás),
ele recusava por algum defeito, só visto por ele. Como saída
tinha o mercado de Anás. Comercio lucrativo e desonesto.
Jesus desta forma, pregando a verdade, passou a ser um risco muito
grande para eles. Enfim simples interesse econ^pmico e político.
Contudo vejam que hoje existem “igrejas” que proíbem
ou desmotivam seus membros a conhecerem outros ensinos, a estudarem,
inclusive usam até um material a parte a Bíblia, pregam
que a letra mata, que o estudo da Bíblia faz a pessoa se tornar
um fariseu.
Mentiras para cegar espiritualmente e provocar escravidão.
Tempestade
em uma sopa de letrinhas.
Porque
a letra mata, mas o espírito vivifica. II Coríntios
3: 6c
Diz uma máxima: Tire um texto de seu contexto, que teremos
um pretexto.
Esse texto bíblico se encaixa perfeitamente nesta ideia da
máxima, pois o significado do versículo é para
exclusivamente dizer que a lei (letra) mata, e o Espírito vivifica,
contudo ele tem sido tirado de seu contexto para se incutir a ideia
de que o estuda da palavra de Deus pode matar espiritualmente. Nunca
um texto foi tão mau interpretado e mau usado na Bíblia.
O resultado disso é que cada vez mais as escolas bíblicas
pedem o crédito, para darem lugar a cultos onde “revelações
e mistérios” tem prioridade e a Palavra fica em segundo
plano. Para conferir isto, vá a uma igreja que tenha em um
dia culto de doutrina, e em outro dia culto de “milagres”,
então note qual desses cultos estará mais cheio.
A
palavra de Deus é fonte de vida e é Espírito.
O
espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita;
as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são
vida. João 6:63
Ao contrário do
que dizem alguns. O estudo da Bíblia só trás
benefícios e a falta de estudo trás destruição.
Não existe na Bíblia nenhum texto falando que as Sagradas
Escrituras matam ou prejudicam alguém. Claro que existem pessoas
que distorcem as Escrituras, exemplo disso foi a tentação
de Jesus pelo diabo, na qual ele usou textos bíblicos para
tentar, mas esse fato só ressalta o valor do conhecimento da
Palavra de Deus, pois Cristo venceu o diabo com o uso das Escrituras.
Conclusão
É necessário
urgentemente valorizarmos o estudo da Palavra de Deus, pois estamos
nos últimos dias, e o que temos visto são pessoas com
comichão nos ouvidos, criando doutrinas que não existem
e atribuindo a Bíblia.
Temos de saber fugir dos falsos mestres e só conseguimos isso
conhecendo a Bíblia.