Ó
profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência
de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos,
e quão inescrutáveis os seus caminhos!
Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor? Ou quem se fez seu conselheiro?
Romanos 11: 33-34
Primeiramente, Deus é indefinível, pois Ele é
tão grande e transcendente que não podemos definí-lo,
podemos no máximo dar conceitos, para agradar o nosso entendimento.
Da mesma forma a mente de Deus é insondável, suas ações
não podem ser mensuradas por nós, por isso vamos fazer
apenas algumas comparações do pensamento de Deus em
contraste com os nossos conceitos.
Para começarmos.
O princípio de tudo para entendermos as ações
de Deus, é necessário buscarmos conhecer a sua essência.
Deus é amor. (I João 4:8).
Sendo assim tudo que Ele faz está alicerçado em amor.
Outro princípio é que Deus é soberano, ou seja,
Ele faz tudo o que quer, como quer e no tempo que Ele quiser. Baseado
neste princípio entendemos que tudo que Deus faz é bom
e é inquestionável. Claro que Deus tem outras características
como: fidelidade, justiça, sabedoria, etc. porém ficamos
só neste dois princípios por enquanto.
A bondade injusta de Deus?!!!
Não me é lícito fazer o que quero
do que é meu? Ou é mau o teu olho porque eu sou bom?
Mateus 20:15
O versículo acima é um fragmento de uma parábola
de Jesus bem conhecida, e muito falada até como provérbio
popular “os últimos serão os primeiros”,
leia a parábola toda e confira a história. Nesta parábola
vemos um fato, que segundo as leis humanas é um erro, pois
uma pessoa que trabalha o dia inteiro, fazendo o mesmo serviço,
não pode ter o mesmo salário de uma pessoa que só
trabalhou a metade ou ainda uma hora. Existem inclusive leis que regulam
essas coisas, como as leis da Equiparação Salarial na
C.L.T. (Consolidação das Leis Trabalhistas)
artigos 460 e 461.
Contudo o que aos olhos humanos pode ser um erro, uma injustiça,
na verdade é a manifestação da bondade de Deus,
afinal todos precisavam do dinheiro de igual modo; e se fosse aplicada
a “justiça” e não a bondade os últimos
trabalhadores chamados iriam ficar carente do sustento diário.
Vejamos um exemplo humano. Imagine que em uma empresa tenha dois funcionários,
na mesma função, exercendo o mesmo serviço; entretanto,
um deles é solteiro e o outro tem de sustentar três filhos
e uma esposa doente. Então pela lei (C.L.T)
o patrão não pode diferenciar os salários para
usar de bondade com o pai de família, mesmo sendo o dono da
empresa e do dinheiro. A lei proíbe este ato de bondade.
Porém Jesus quis dizer isto também, a bondade de Deus
triunfa sobre o juízo. Tiago 2:13.
O maior é o que serve.
Ao que Jesus lhes disse: Os reis dos gentios dominam
sobre eles, e os que sobre eles exercem autoridade são chamados
benfeitores.
Mas vós não sereis assim; antes o maior entre vós
seja como o mais novo; e quem governa como quem serve.
Pois qual é maior, quem está à mesa, ou quem
serve? Porventura não é quem está à mesa?
Eu, porém, estou entre vós como quem serve. Lucas 22:
25-27
Esta passagem bíblica praticamente se explica, mostrando como
Deus é diferente dos homens, Jesus dá exemplo em outra
ocasião lavando os pés dos discípulos. Porém
nesta hora os discípulos estavam discutindo quem seria o maior,
quem seria o mais honrado. Contudo Jesus replica dizendo que o maior
é que serve mais, quem resta mais serviço, que ajuda
mais, na humanidade é o contrário; quem tem mais poder
é o que menos faz e mais recebe. Porém Deus, que é
o Altíssimo, sustenta todo o mundo e da a vida a todos, Ele
realmente é o maior benfeitor de todos, Jesus está servindo
a humanidade com a sua própria vida.
O que é que eu fiz de
errado?
Chegando por fim o que recebera um talento, disse: Senhor,
eu te conhecia, que és um homem duro, que ceifas onde não
semeaste, e recolhes onde não joeiraste; e, atemorizado, fui
esconder na terra o teu talento; eis aqui tens o que é teu.
Mateus 25: 24-25
A justificativa deste homem da parábola dos talentos parece
justa, ele não perdeu o que o patrão entregou, guardou
e devolveu do mesmo jeito que recebeu. Parece até a justificativa
de alguns “eu não roubo, não mato...”. Porém,
analisando o fato a verdade é que o patrão deu uma fortuna
para ele, um talento não é dinheiro, talento é
uma medida, um peso em ouro ou prata, que equivaleria naquela época
entre 17 e 20 anos de trabalho, cada talento. Sendo assim era injustificável
o não produzir lucro com tal fortuna, principalmente por este
servo achar que seu patrão era assim tão duro.
Então o mais lógico é entregar este talento ao
que conseguiu produzir mais, o que tinha maior capacidade, o dos 10
talentos.
Conclusão
Na Bíblia Deus sempre deixou clara que os seus pensamentos
são muito maiores do que os do homem.
Porque os meus pensamentos não são os vossos
pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor.
Porque, assim como o céu é mais alto do que a terra,
assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos,
e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos. Isaías
55: 8-9
Os pensamentos de Deus são sempre pensamentos de paz, a vontade
de Deus é pura e agradável. Devemos confiar neste amor
benigno de Deus para conosco e não ficarmos através
de nossas maquinações tentando entender os propósitos
e desígnios, tentando justificar ou se esconder da justiça
através de especulações humanas.
Há um caminho que ao homem parece direito, mas
o fim dele conduz à morte. Provérbios 14:12
Há um caminho que ao homem parece direito, mas
o fim dele conduz à morte. Provérbios 16:25
A repetição dos versículos acima, não
foi um erro de digitação, creio que Deus fez isto com
um propósito.