Quando um governo abandona obras completas ou inacabadas e prioriza apenas as inaugurações de novas construções, isso pode ser visto como uma estratégia para ganhar visibilidade e popularidade a curto prazo, muitas vezes em detrimento de um planejamento de longo prazo e da sustentabilidade dos projetos públicos.
Em Conceição do Jacuípe tem casos notórios como o Ginásio da Ilicuritiba, inaugurado em 1994, sendo que em 2014, recebeu uma promessa de reforma, mas em 2024, outro está sendo construído em um complexo escolar que tomará o lugar das quatro escolas fechadas (CECJ, Domingos Barros, Proteção a Juventude e Tancredo Neves).
Todas obras do Estado.
A administração municipal também tem seus exemplos como a quadra do Guedes.
Esse comportamento pode gerar uma série de problemas para a comunidade e para a gestão pública em geral.
Consequências de Abandonar Obras Inacabadas
- Desperdício de Recursos Públicos:
Abandonar obras significa que os recursos financeiros já investidos nelas não estão sendo utilizados de forma eficiente, resultando em desperdício de dinheiro público.
- Impacto Negativo na Infraestrutura:
Estruturas inacabadas podem se deteriorar rapidamente, tornando-se inutilizáveis e muitas vezes perigosas. Isso exige mais recursos para reparos futuros ou até para a demolição.
- Perda de Confiança da População:
A população pode perder a confiança no governo quando vê projetos promissores serem abandonados. Isso pode levar a um aumento do ceticismo e da apatia em relação à política e à administração pública.
- Desigualdade no Acesso a Serviços:
Quando um ginásio esportivo é abandonado, por exemplo, a comunidade perde um espaço potencialmente valioso para atividades físicas e recreativas. Da mesma forma, fechar escolas afeta diretamente o acesso à educação de qualidade.
Motivações por Trás da Prioridade em Inaugurações
- Visibilidade Política:
Inaugurações são eventos públicos que geram mídia positiva e reforçam a imagem do governo. Políticos podem usá-las como ferramentas para demonstrar ação e progresso.
- Pragmatismo Eleitoral:
Muitas vezes, a proximidade de eleições motiva os governos a focar em inaugurações, que são mais visíveis e impressionantes para o eleitorado do que a continuidade e finalização de obras já iniciadas.
- Legado Político:
Políticos frequentemente buscam deixar um legado tangível durante seu mandato. Inaugurações de novas obras são uma maneira de carimbar sua marca na administração pública.
O Caso Específico: Ginásios e Escolas
Se um governo está construindo novos ginásios esportivos e escolas, mas ao mesmo tempo abandonou um ginásio e fechou outras escolas, isso pode apontar para uma falta de planejamento estratégico e de avaliação das reais necessidades da comunidade.
- Planejamento Deficiente:
O abandono de um ginásio enquanto outro é construído pode indicar uma falta de planejamento e coordenação. É essencial avaliar se novos projetos são realmente necessários ou se é mais eficiente concluir e utilizar as estruturas já iniciadas.
- Educação em Risco:
Fechar escolas é uma medida drástica que pode ter um impacto profundo na comunidade, especialmente em áreas onde o acesso à educação já é limitado. Priorizar novas construções sem considerar a manutenção e melhoria das existentes pode resultar em uma rede educacional desestruturada.
Em resumo, um governo que abandona obras em andamento e se concentra apenas em inaugurações pode estar mais preocupado com ganhos políticos de curto prazo do que com o bem-estar e o desenvolvimento sustentável da comunidade.
A solução passa por um planejamento mais estratégico, participação comunitária e uma gestão mais responsável e transparente dos recursos públicos.
